(Foto: Lucas Merçom / Fluminense)
Nesta quarta-feira (24), o Fluminense realizou sua primeira entrevista coletiva de imprensa desde o retorno das atividades. O Volante Hudson, por videoconferência, respondeu uma série de perguntas, a maioria delas relacionadas a volta do tricolor a campo.
O jogador foi firme em seus posicionamentos, criticou o retorno dos jogos em meio a pandemia do coronavírus, que só vem crescendo no Rio de janeiro. O volante também classificou como falta de humanidade jogar no Maracanã, justamente ao lado de um dos hospitais de campanha.
“- É lógico que é muito difícil jogarmos futebol, que é o esporte do país, que comove o país inteiro, que é a paixão de milhares de torcedores que vivem por isso e parecer que não está acontecendo nada lá fora. O maior exemplo disso é o Maracanã, que tem um hospital de campanha dentro do complexo e a gente fazer um gol e ter uma pessoa morrendo do lado. Isso é, no mínimo, estranho, sem humanidade. É não pensar no próximo.” Disse Hudson.
“A gente tem noção das coisas quando acontece perto da gente, com um familiar, com um parente próximo, e talvez as pessoas responsáveis por toda a programação, pelo calendário, não estejam agindo com a maior humanidade possível, estejam agindo por interesses externos e internos. Infelizmente, como jogadores de futebol, teremos que superar tudo isso para poder estar em campo e performar em alto rendimento.” Complementou.
(Foto: Lucas Merçom / Fluminense)
Hudson também comentou sobre a manifestação que os atletas do Fluminense publicaram em conjunto nas redes sociais, condenando o retorno do Carioca por causa do pouco tempo de preparação e citando a saúde pública.
“- Partiu da gente esse manifesto. Claro que nossa maior preocupação possível é com as pessoas que estão morrendo, nos hospitais, mas também com nossa capacidade física, com a probabilidade muito maior de se lesionar em uma partida. Em um jogo não tem como se poupar, tem que dar o máximo sempre e isso exige muito fisicamente, principalmente no futebol de hoje em dia, que é muito mais físico que antigamente.” Disse Hudson.
“- Estamos há mais de três meses parados. Imagina voltar a jogar com menos de dez dias de treinos. Com o corpo se adaptando ainda à bola, ao gramado, a todas as situações que somente um treino presencial podem preparar o corpo do atleta. Na nossa pré-temporada, que ficamos 30 dias de férias, na primeira semana tivemos várias lesões musculares. Então imagina ficar mais de 90 dias e ter que voltar em dez? Isso agora, porque ainda queriam que voltássemos antes. É um desgaste completamente desnecessário, para que o bom senso prevaleça em tudo que é o melhor para todo mundo. Dez dias ainda é pouco, não há como negar, mas teremos que superar, mais uma vez.” Protestou.
O tricolor, após decisão do STJD, volta a campo no próximo domingo (28), contra o Volta Redonda, às 19h, a princípio, no Maracanã. O clube ainda discute a possibilidade da partida ocorrer outro estádio, pois considera desumano jogar ao lado do hospital de campanha do Maracanã.