Foto: Reprodução
Em menos de uma temporada, sete técnicos entre clubes da Série A já foram demitidos em 2022. Sylvinho deixou o Corinthians após três jogos, Marcelo Cabo saiu do do Atlético Goianiense depois de quatro partidas, James Freitas, no Athletico-PR, e Jair Ventura, no Juventude, foram desligados dos respectivos clubes após cinco jogos…
O que explica tal situação? Três, quatro, cinco, sete jogos, seriam suficientes para avaliar um trabalho de início de temporada, aprimorando parte física, com saídas e chegadas de novos contratados?
Semana passada, havia relatado o “imediatismo” no futebol brasileiro e que o técnico é presa fácil para torcida e principalmente aos dirigentes. Afinal, os cartolas são os responsáveis por montarem o elenco e contratar o comandante para a equipe, mas eles permanecem à frente do clube…
Com a demissão de Fábio Carille nessa última sexta-feira, ficou claro que os dirigentes não assumem suas responsabilidades. Boa parte dos torcedores santistas foram contrário a demissão do treinador, apesar do mesmo ter identificação com time rival. Porque sabem da atual situação do clube e reconhecem a limitação do elenco. Desde a última temporada, o Santos vem se desfazendo de jogadores importantes, como Lucas Veríssimo, Lucas Perez, Diego Pituca, Solteldo, Kaio Jorge e por último Marinho, e tem apostado em jovens da base, como a solução do problema.
No Juventude, dias antes de Jair Ventura ser demitido, a diretoria havia afirmado que o treinador não corria risco de demissão e que o trabalho teria continuidade. Mas bastou mais um jogo sem vencer (5) e logo foi demitido…
Não é um texto em defesa dos técnicos. Por exemplo, o relacionamento de Sylvinho e a torcida do Corinthians já era inexistente desde a reta final da última temporada. Mas a diretoria “bancou” a permanência para a temporada seguinte. No entanto, bastou três jogos em 2022 para ceder a pressão e demitir o técnico para uma “correção de rota”.
É possível avaliar um trabalho em três jogos? Sylvinho havia ficado à frente do Alvinegro durante 40 partidas em 2021…
Os dirigentes vivem numa zona de conforto onde possuem o aval de contratar quem e quando quiser, que estarão mantidos em seus cargos ao menos por dois, três anos. Alguns contratam como se não houvesse o amanhã e quando deixam o clube, deixam também diversas dívidas, basta ver a situação de muitos clubes endividados e vivendo crise financeira sem fim.
É preciso profissionalizar a área de dirigentes nos clubes brasileiros e que todos saibam também assumir suas responsabilidades na formação de um elenco, assim como nas contratações dos técnicos. Até porque, nenhum clube será campeão demitindo dois ou três técnicos no mesmo ano… Principalmente com essa média de jogos no início da temporada (três, cinco, sete).
Técnico | Clube | Data da demissão | Quantidade jogos |
Sylvinho | Corinthians | 02/02 | 3 |
Claudinei Oliveira | Avaí | 06/02 | 6 |
Marcelo Cabo* | Atlético-GO | 07/02* | 4 |
James Freitas** | Athletico-PR | 08/02 | 5 |
Jair Ventura | Juventude | 11/02 | 5 |
Enderson Moreira | Botafogo | 11/02 | 6 |
Fábio Carille | Santos | 18/02 | 7 |