A crise financeira provocada pela pandemia de Covid-19 é democrática e tem atingido a todos no meio do futebol. Os dois maiores clubes do Ceará, por exemplo, estão batalhando para manter a saúde financeira de seus caixas. Enquanto o Vovô analisa suspender contratos de funcionários a partir de maio, o Leão já anunciou a medida aos seus empregados.
Pela Medida Provisória 936/2020, o Governo Federal flexibiliza as normas trabalhistas, permitindo desde a redução salarial à suspensão de contratos. A primeira ação já tem sido aplicada entre os jogadores do Alvinegro, agora a segunda será uma das pautas discutidas pela diretoria do clube na próxima semana.
Segundo o jornal cearense O Povo, qualquer decisão tomada à respeito só terá efeito somente a partir de maio, uma vez que elenco e grande parte dos funcionários estão de férias até o fim deste mês. No outro lado da cidade, o rival Fortaleza já adotou a suspensão de contrato de 170 funcionários.
A MP 936/2020 possibilita que o pagamento seja dividido entre o clube e o Estado como forma de garantir que o trabalhador receba seu vencimento de maneira integral. A composição dos repasses aos empregados deve ser de 70% do valor do seguro desemprego, pago pelo Governo Federal, e os outros 30% complementados pelos clubes.
Esse complemento pela agremiação, porém, não é obrigatório. Pela Lei, a suspensão de contrato pode ser feita por até 60 dias, o que garante estabilidade de dois meses aos funcionários.
No time treinado por Rogério Ceni, a projeção de economia com a suspensão dos 170 empregados é de R$ 300 mil. O Ceará ainda não divulgou sua estimativa, mas neste período de paralisação do futebol, o clube trabalha com a possibilidade de perdas de R$ 5 milhões em receita.