Foto: Marcelo Cortes / Flamengo
Em seu primeiro jogo no comando do Flamengo de 2022, na tentativa de reencontrar, ou ao menos se aproximar do ótimo futebol apresentado por parte desse mesmo elenco em 2019, o técnico Dorival Júnior adotou uma estratégia bem previsível: tentar ganhar o vestiário.
Isso se mostra já pela escalação do goleiro Diego Alves, que vinha tento algumas desavenças com o técnico Paulo Sosua, ex-técnico do Rubro-negro. Inclusive, houve até um episódio pouco semelhante com o mesmo Dorival na reta final da temporada de 2018. Ou seja, buscando uma aproximação de um dos líderes e mais experiente do elenco, que não jogava há mais de três meses…
Até ai tudo bem, já que Hugo Souza, embora tenha feito uma grande atuação na vitória contra o Fortaleza, ainda está devendo pelas falhas seguidas já nessa temporada. No entanto, Dorival também optou por mandar a campo outro experiente e vitorioso jogador em campo: Filipe Luís.
O lateral-esquerdo não vinha sendo titular com Paulo Sousa, com média de 19 minutos nos últimos três jogos, e ficando como opção contra o Fluminense. E logo o camisa 16 ficou marcado pelo erro na saída que acabou gerando o primeiro gol do Internacional.
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As mudanças para o segundo tempo também comprovam a tese de que Dorival chegou querendo dar moral aos mais experiente e menos aproveitados com Paulo Sousa, como nos casos de Marinho e Diego Ribas.
O atacante havia ficado na reservas e nem tinha ido a campo em cinco dos últimos sete jogos. Contra o RB Bragantino, último jogo de Paulo Sousa à frente da equipe, disputou somente os seis minutos finais. Já o meia e camisa 10 do Mengão, Diego ficou como suplente em oito dos últimos 10 jogos, tendo atuado oito minutos contra o Sporting Cristal e titular contra o Altos, do Piauí, pela Copa do Brasil.
Foto: Marcelo Cortes / Flamengo
Além da atuação, o resultado de 3×1 para o Internacional diz muito sobre o processo de reestruturação do Flamengo, seja com Dorival ou não, que terá de ser realizado num elenco com muita qualidade, mas sem um “algo a mais” para entregar neste momento.
David Luiz, por exemplo, passou a ser um dos mais visados pelo baixo rendimento. Arão deixou de ser aquele de 2019 e até um pouco de 2020, e nada justifica a sua titularidade. Até mesmo Gabigol tem deixado a desejar neste momento de turbulência. Bruno Henrique é quem está um pouco à frente dos companheiros ainda gerando algo positivo, mas longe do seu melhor nível. A falta que Arrascaeta faz ao time é indiscutível.
Está mais claro do que nunca: o Flamengo precisa de uma reformulação. Mudanças, com saídas e vindas, são necessárias, com houve no comando técnico. Seja do elenco até os cartolas, que também não tem “jogado a favor” do clube, até por isso são os principais alvos de críticas nos últimos meses.
Claro que ainda é possível recuperar o tempo perdido e fazer uma temporada melhor do que foi em 2021. Não é momento de falar em título no Brasileirão, mas a equipe segue forte na Copa do Brasil e Libertadores. No entanto, as perspectivas, pela forma como as coisas tem sido conduzidas no Ninho do Urubu, não são das melhores.
A janela de transferência irá abrir em breve e novos jogadores precisam chegar para reforçar o elenco já e muito bem qualificado. Basta fazer algo à altura do que se espera de um clube como o Flamengo. Pois pior que tá, ainda pode ficar… É difícil, mas é preciso levar a sério. Não será uma tarefa das mais fáceis de reestruturar o clube sem mudanças, com saídas e chegadas de novos nomes.
Para ser ter dimensão do atual momento do Flamengo, são três derrotas seguidas, algo que não acontecia desde 2015. E ainda vai terminar a 11ª rodada do Brasileirão na 16ª colocação, já que será ultrapassado por Botafogo ou Avaí…
** Este texto é opinativo e não reflete no posicionamento do Joga10 News